Há três anos, o Projeto Cerâmica Saramenha vem se dedicando à preservação e difusão dessa tradição artesanal mineira, quase desaparecida no século XX. Desde seu início, em 2022, a iniciativa já realizou dezenas de vivências em escolas, palestras, oficinas e publicações, consolidando-se como uma força vital na manutenção dessa técnica centenária. Em 2026, o projeto avança com novas atividades, incluindo um curso aprofundado, palestras e ações educativas, reforçando seu compromisso com a salvaguarda desse patrimônio cultural.
Esta terceira edição do projeto — Cerâmica Saramenha – Ano III, número LEIC:CA: 2018.13605.0275 — conta com o patrocínio da Gerdau, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, e gestão da Agência de Desenvolvimento Econômico e Social dos Inconfidentes e Alto Paraopeba (ADESIAP Minas). Ao todo, foram realizadas 20 atividades: 15 vivências e cinco palestras. A última aconteceu no dia 9 de maio, com alunos do 5º ano da Escola Municipal Geraldo Marino, em Ouro Branco.
O que já foi feito?
Nos últimos três anos, o projeto alcançou conquistas significativas:
Mais de 50 vivências em escolas das redes pública e particular de Ouro Branco e região, impactando centenas de estudantes;
Palestras em universidades e espaços culturais, incluindo uma atividade com alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), em novembro de 2024, no Laboratório de Maquetes da Escola de Minas;
Lançamento do livro Cerâmica Saramenha – Escrituras da Louça Vidrada (2024), uma obra essencial que documenta a história, técnicas e processos da cerâmica Saramenha, disponível para download gratuito no site do projeto;
Ações em comunidades, aproximando o público geral dessa tradição e incentivando novos artesãos a aprenderem a técnica.
Leonardo Ricart, o Mestre Léo — um dos últimos detentores da técnica — compartilha seu sentimento ao longo desses três anos:
> “Participar do projeto cultural apoiado pela Gerdau foi uma experiência enriquecedora. Levar a Cerâmica Saramenha às escolas e compartilhar essa arte milenar com as crianças me trouxe grande alegria. Ver o interesse e o encantamento delas reforça a importância de preservar e transmitir nosso patrimônio cultural. O projeto promoveu não só aprendizado, mas também valorização da identidade local. Para os próximos anos, espero alcançar ainda mais escolas e envolver as crianças de forma mais ativa no processo criativo. Agradeço à Gerdau por acreditar na cultura como ferramenta de transformação social.”
Bruno Castilho, gerente de Responsabilidade Social da Gerdau, também comentou sobre a iniciativa:
> “A Cerâmica Saramenha representa um patrimônio imaterial relevante de Ouro Branco e uma tradição profundamente enraizada na história de nossa região. Para nós, da Gerdau, apoiar esse projeto por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais é mais do que preservar uma técnica artesanal — é contribuir para a continuidade de uma expressão cultural que conecta passado e presente, ajudando a moldar o futuro. Ao longo desses três anos de parceria, centenas de crianças, jovens e adultos tiveram a oportunidade de conhecer e vivenciar essa experiência.”
Rosane Barros, coordenadora da unidade ADESIAP Ouro Branco, ressalta a atuação da agência:
> “Participar da gestão deste projeto tem sido uma experiência profundamente enriquecedora e motivo de imenso orgulho. Contribuir para a preservação e difusão de uma história que atravessa gerações e permanece viva ao longo das décadas reforça nosso compromisso com a valorização do patrimônio cultural.”
Ela também destaca os planos para 2026:
> “Com o olhar voltado para o futuro, a expectativa é consolidar a formação de novos discípulos por meio de cursos especializados, assegurando a continuidade da tradição, da técnica e da arte da cerâmica Saramenha. Manter viva essa expressão cultural é mais do que uma missão — é um legado que devemos honrar e perpetuar.”
Novidades para 2026
Na próxima fase, o projeto ampliará suas atividades com:
Palestra aberta ao público em Ouro Branco, apresentando a técnica e convidando interessados para o curso;
Curso imersivo — Cerâmica Saramenha: Da Modelagem à Queima, com aulas mensais ao longo de seis meses e uma exposição final dos trabalhos;
Dez vivências em escolas de Ouro Branco e, possivelmente, em outras cidades mineiras, levando a arte Saramenha às novas gerações.
A importância do resgate: uma tradição que quase se perdeu
A cerâmica Saramenha chegou a Minas Gerais no século XIX, trazida por imigrantes portugueses, e foi amplamente produzida nas regiões de Ouro Branco e Ouro Preto. No entanto, com o declínio da produção artesanal, a técnica quase desapareceu, sendo mantida apenas por poucos mestres, como Mestre Bitinho (1918–1998) e seu discípulo Leonardo Ricart, um dos últimos guardiões desse saber.
O projeto não apenas ensina a técnica, mas também fortalece a identidade cultural da região, evidenciando como a cerâmica Saramenha está intrinsecamente ligada à história de Minas Gerais.
Para acompanhar as ações do projeto e saber mais sobre essa história, acesse:
🌐 www.ceramicasaramenha.art.br
📱 @ceramica_saramenha